fim de dia!
difíceis as emoções que cotidianamente um psicanalista deve digerir e transformar.
A mente humana não vive sozinha. Depende de outra mente para reciclar os seus conteúdos, e daí avançar procurando libertação e desenvolvimento.
Para digerir estados emocionais carentes de significação necessita-se de habilitação e treino.
A emoção é antes de tudo ato. Se não for acolhida por adulto maduro e experiente, modificada e realocada no recipiente de origem depois de nova mastigação, volta a repetir caminho que não oferece compreensão, menos ainda progresso em direção à cura.
Há necessidade de inspeção contínua da própria alma quando se investiga a alma alheia.
Isto, por si só, aprimora ouvidos, nariz e olhos. Tanto quanto pele e intuição.
Oferecer abrigo ao outro que nos procura em seu desespero, cria área de risco que envolve estudo e treino na seleção do cliente que é possível ao analista específico.
Devemos, antes de tomar alguém em atendimento, nos perguntar sobre quais as reais condições de receber ajuda daquele que a ela demanda.
Fora disto: trabalho jogado fora e perda contínua de ingresso pecuniário.
Todos que trabalham em psicoterapia, dependem dela para o sustento da própria vida e da própria profissão.
Bondade não é questão que possamos dizer pertencer ao registro do trabalho.
Compreensão é bom pra quem compreende... e para algumas mães que supõem poder ser compreensivas com as idiossincrasias dos filhos!
Psicanalistas sabem que dificilmente se pode compreender alguém, o máximo a que chegamos é poder fazer boas questões que possam inquietar e provocar desejo de mudança naquele que grita por socorro e fazê-lo mover-se em direção à procura de saúde!
Dr. Tomazelli
sexta-feira, 19 de dezembro de 2008
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