O luto, e as trágicas dores ligadas, em nossa mente, ao inescapável do acontecimento de nossa própria morte, são um esteio, um possível caminho e uma direção rumo ao aprimoramento de nossa ética e da elevação de nosso ser. A interrupção, o corte, a intransponível cesura que essa mesma morte abre - associada aos rituais que a simbolizam-, são os elementos que fundamentam a presença da pessoa viva no mundo, como também são os elementos da simbolização feita via luto, via perda, via tristeza. Daí a questão kleiniana do estabelecimento de uma ética que nos leva a compreender que só um ‘eu’, em sua própria singularidade, pode responder por si e morrer ao seu modo, sem que nenhum outro lhe faça alguma interpelação ou nisto interfira.
Dr. Tomazelli