sexta-feira, 3 de abril de 2009

invasor-hóspede

Para quem se apercebe como tendo mente própria, percebe também que ela não é capaz, no início, de oferecer um espaço suficientemente estável onde, aquele que recebe a visita do outro, possa ser hospitaleiro ao outro nem às “coisas do mundo”. O estranho e o invasor que se unificam por medo, vêm antes do hóspede, é por essa razão que paira sobre o hóspede o medo do intruso. Talvez não seja tão fortuito que em nossa língua a palavra hóspede seja precedida das mesmas letras que se encontram na palavra hostil. Hospitalidade-hostilidade. É dessa tensão - insolúvel fora da fé e do amor a si, ao próximo e ao mundo cirundante - que derivam as inibições cognitivas, e por isto encobrem a atividade das fantasias que indicam que o conhecimento é bem-vindo. Pelo contrário, a mente primitiva tende a mergulhar em um mundo de significações brutas, auto-eróticas, narcisicamente temperadas com sabores perversos e promíscuos de um tipo de sexualidade característica do subterrâneo humano das desordens psicóticas.
Dr. Tomazelli