terça-feira, 18 de agosto de 2009

Di Loreto


Caros colegas,
Para mim é experiência de dor sem palavras, a ida (infelizmente) já esperada há tempos, do Di Loreto.
Não há gesto que possa expressar minha gratidão ao grande Di, nem a minha tristeza por perdê-lo.
Foi meu mestre, meu (des)orientador, foi meu ideal de ser. Foi, para mim, uma espécie de meu Winnicott. Lembro-me daquele jeitão esparramado, meio caipirão... Seus olhinhos miúdos brilhavam quando dava longas tragadas no seu Hilton king size, antes de responder nossas perguntas de jovens psicólogos, nos meados dos anos 70.
Inesquecíveis as noites infinitas das sextas-feiras, depois da reunião na comunidade - com todos que queriam estar por perto -, íamos ao Camelo, na Pamplona, beber chopps e esperar pelo caldinho da feijoada do sábado que, lá pela uma da madrugada, já ia saindo do fogão. Nossa que saudade! Que alegria nos envolvia. Ele nos brindava com sua inteligência e poesia, e nós lhe devolvíamos com nossa juventude e com enorme gratidão.
Minha clinica passa por ele, assim como todo meu aprendizado para ser uma pessoa, também passa.
Me ensinou Spitz, Klein, Freud, Aberastury, Bleger, Maxwell Jones, mas acima de tudo me fez compreender a importância e o perigo do contato com a verdade.
Me convidou ao vínculo afetuoso com ele, e com a teoria com a que ele pensava seus casos (os causos). Ao longo dos anos me foi sugerindo, em sua paciência, que o carinho com os clientes, por vezes, pode curá-los em silêncio.
Em fim... terei saudade! Terei tristeza pela sua ausência.
De qualquer modo e seja como for: queria deixar minha gratidão pública a esse grande professor, e ao homem que foi capaz de lutar apaixonadamente por seus sonhos e por sua coletividade.
Que ao partir ele possa levar de mim o enorme carinho que tenho por ele!
Forte abraço Di!
Forte abraço!
Emir