Uma leitura pessoal do sexual em Freud
Resumo
O silêncio físico do corpo sem movimento esconde a inquietude frenética da mente que não pára de pulsar.
Sexual, assim, também, pode ser tomado como pulsação infinita, exigência sem limites. Prevalece uma lógica que pode ser chamada de “lógica do alívio”. Freud toma o modelo da ereção como o modelo da mente. Aliás, a idéia de trabalho é algo que combina bem com o problema do sexual em psicanálise. Genital não é sexual. Diga-se de passagem, o genital é o menor problema do sexual.
Sexualidade:
É certo que o sexual, em Freud, indica o efeito nocivo da imaginação.
Num certo sentido, todo o imaginado pode resultar em aflições não elaboráveis pela mente desperta. Daí o sono ser um estado propício para elaborar os restos do dia através do sonhar.
Freud raciocina as imaginações como sendo elementos vivos com poder para produzir machucaduras na mente que se esconde, que se esgueira para fantasiar coisas que não se conta. O silêncio físico do corpo sem movimento esconde a inquietude frenética da mente que não pára de pulsar.
Sexual, assim, também, pode ser tomado como pulsação infinita, exigência sem limites. Nem sei porque quero, mas quero de qualquer forma. Prevalece uma lógica que pode ser chamada de “lógica do alívio” o que não tem na da a ver com prazer, ou pelo menos não é da ordem do prazer diretamente. O primeiro movimento do psiquismo é livrar-se do acúmulo de tensão que qualquer estímulo - externo ou interno - gera nele. E isto também é elemento componente da sexualidade.
Freud toma o modelo da ereção como o modelo da mente. Divide-o em partes: a) a excitação, b) a exigência de trabalho, c) a ação, d) a descarga (ao modo de orgasmo), e) o alívio (redução quase a zero da exigência de trabalho). Esse modelo é aplicado à mente. Aliás, essa idéia de trabalho é algo que combina bem com o problema do sexual em psicanálise. A mente é o resultado de uma exigência de trabalho. Aumento de tensão e descarga, entre um e outro, nasce o ego do sujeito. Assim poderíamos ter: excitação -> narcisismo <- gozo. A coisa é simples. O duro é por a mão em tudo isso. Haja coragem!
Uma coisa é certa, o sexual não é o genital. Sexual é uma relação com o mundo e consigo próprio, genital é uma relação com o outro. Ou seja os órgãos não são o sexual. Diga-se de passagem, aliás, o órgão genital é o menor problema do sexual. O órgão leva sua vida - vamos dizer: a vida que pode - ele está delimitado ; o sexual não, na verdade este nem sabe para onde vai.
Uma vez que o sexual é tudo, então ele é pan. Pois bem, sendo pan o sexual, tudo ao seu redor é, assim, “pan-sexual”.
Dr. Tomazelli
quarta-feira, 7 de janeiro de 2009
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