sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

a projeção e o monstro do lago Ness

A projeção enfia imagens em qualquer cenário.
Materializa coisas onde nunca houve nada e exige da ciência um gasto público mesmo que seja para a observação da existência do nada.
Mas como se crê em "mentiras" mais que em fatos...
No entanto, como a projeção é ato psíquico não reconhecido por quem o comete (é aquilo que se pode definir como o óbvio não observado), ela produz comportamentos que procuram dar a ela uma explicação que afiance que o projetado é empírico, isto é, pode ser observado. Basta que, ao cego que não as 'vê', ele desenvolva paciência e tempo de observação. Um dia, quem sabe, ele será recompensado.
Complicado, né?
Questão: e a introjeção? Será que ela suga essas imagens onde elas estiverem? Se assim for, o Monstro do lago Ness, então, veio parar na nossa cabeça, arrancado do interiror do lago por nossa mente, e por isso mesmo ninguém mais pode vê-lo lá. Agora ele mora no lago Ness que foi sugado para dentro de nós?!

Dr. Emir

sábado, 23 de janeiro de 2010

Klein e Darwin

A autoconservação kleiniana segue uma lógica algo distinta da que Darwin propôs: a sobrevivência é do mais louco e não do mais forte.
E a proposta central é:
- sobrevivo enquanto mato aquilo de que sobrevivo, porque aquilo de que sobrevivo pode me matar ao tomar sentido para mim. Mato o significado, o sentido e o símbolo, para não ter que me envolver com o outro e para não precisar ser grato e ‘ligado’ a ele, e nem, portanto querer, sequer, conhecê-lo. Se, por acaso, isto ainda não for o suficiente, mato o homem mesmo, o indivíduo que está diante de mim, seja com bala, a pauladas ou com punhal.
Dr. Emir

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Donald Meltzer - a experiência estética

Donald Meltzer fará diversas incursões nessa área junto com Meg Harris Williams (1994, Imago) para falar da cognição pela via da apreensão estética do mundo. A teoria aponta para uma lógica que atesta: a curiosidade gera desespero porque, ao senti-la o homem intui ou prevê que é mau. Isto é – logo depois da percepção que a potencia de destruição da beleza do mundo é apreendida pelo próprio sistema sensorial-simbólico do sujeito, há um corte abrupto entre nós e o objeto em sua beleza. Todo o ego regride e fica esquizo-paranóide, quando já estava apto a ser depressivo. Em algumas palavras, o que ele pensa - e Klein também -, é que para suportarmos a beleza do outro e do mundo que nos circunda, é necessário “uma dose de tristeza” que nem todos podem viver. Tristeza que permite que as ‘coisas’ tenham peso e significado profundo. Tristeza que ensina que, se tivermos calma e capacidade para sentir dor sem agir, talvez possamos perceber que a captura do belo ou que a apreensão da beleza - e o êxtase que os segue – possam ser experiências que tragam a fortuna e a alegria de viver, uma vez que remarcam e explicitam o espanto e o encanto, a ignorância e a descoberta, o desamparo e o acolhimento que um ser humano pode oferecer ao outro. Uma vez que esta tristeza enfim desvela o paradoxal encantamento/terror que um humano vive diante do poder do objeto que, de fato, está vivo e com apetite para nos acolher e ensinar.
É contra a experiência do belo que lutamos, de tal forma que não queremos considerar a força ‘realística’ que o contato ‘realístico’ com a presença necessária da mãe pode nos proporcionar. Será a tristeza aquilo que facilitará o encontro do sujeito com outro sujeito fora da autoconservação. Será o outro, quando elevado a amor perdido, que se transformará no anfitrião/tradutor à altura de quem chega e “depende de mim para tudo”. De alguma forma é a isto que se evita conhecer, mas é isto que nos faz humanos.


Dr. Emir

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

imagem do tempo interno!

Esta imagem me foi enviada por um cliente meu!



















Dr. Emir

domingo, 3 de janeiro de 2010

Self-sabotage

Self-sabotage is the smartest thing you can do if you’re sabotaging a self that is not really you.
—Armond Demele



Dr.Emir

Sonhadores!

"Não falemos mal dos alemães. Embora sejam sonhadores, havia entre eles quem sonhasse sonhos tão belos que eu não os trocaria pela realidade desperta de nossos vizinhos. [...] Senhor, não deboche dos nossos sonhadores, pois de vez em quando dizem coisas maravilhosas no sonho, como sonâmbulos, e sua palavra se torna semente de liberdade. Ninguém pode prever o futuro das coisas. Se um dia, Deus nos livre, a liberdade desaparecer do mundo inteiro, um sonhador alemão a redescobrirá em seus sonhos". (Heine)


Dr. Emir