Dedico este texto a todos os Renés e a todas as Magaritas que vivem em Cuba!
Los cubanos están muertos!
Conheci Cuba em 2008.
Era um dia de sol.
Na verdade visitei La Habana! Foi em outubro.
Quando me dei conta, percebi-me num lugar que exige daquele que ali vai uma disposição para luta.
Saí de lá ferido.Perdi todas.
Conclui: quem vai a Cuba sai machucado por ela.
Sobrou muito pouco de mim depois que saí. Foi alívio.
(a Ilha toda tem 110.861 km². Os habitantes são 11.382.820, no censo de 2006.)
Curioso!
Olhei, olhei e pensei comigo mesmo depois de ter sido abordado por dois policiais, “en la Plaza de la Revolución”:
- “Estão todos mortos.”
Estão rígidos (apresentam uma rigidez cadavérica), quebráveis... Em uma espécie de semi-sono e se vêem donos de tua vida, docemente patéticos e sem dentes, com a cabeça completamente curtida em barris de castrismo.
É a educação castrista: educação a qualquer preço. “–Aprende, se não eu te mato!”
¡La gran revolución los mató!
Mortos diplomados duas ou três vezes. Mortos simpáticos. Mortos doces... Mortos ladrões, cúmplices, ... garçons, porteiros - en la carpeta!
Putas – muitas - lindas, cobertas por um véu de vazio e desespero, mas portadoras de belíssimas pernas, bundas e peitos apetitosos.
Sexo de todas as marcas, ao seu dispor, no lobby do hotel... (Talvez, tenha sido a única coisa que o regime não pode controlar, porque o resto arrancou de todos, sem nenhum dó.)
Estão encharcados de Run...(e do oro negro – o petróleo que é deles - que querem te empurrar, sempre o mais caro)
Mesmo mortos, falam, cantam e se dirigem a você para pedir alguma ‘coisa’ que lhes aplaque o desamparo e a dura sensação de não vida.
Quando não te querem aceitam alguns CUCs, que podem servir para o mercado subterrâneo.
Depois de Win Wenders e Ry Couder, todos são o Buena Vista Social Club!
Ah!Cuba! A Ilha Cárcere.
Cuba ilha de fantasmas oportunistas, que se agarram à pouca vida que o turista leva consigo.
(Sai-se da Ilha sem vida no bolso.)
Sabem várias línguas, inclusive o russo.
É uma favela imensa e culta... Falsamente culta. O aprendizado puro, sem lucro envolvido, desemboca no mesmo saber "lucrativo" dos meninos baianos que descrevem a Igreja do Bonfim sem saber do que falam... é um silêncio sem fim nessas bocas de tantos santos.
São ‘clowns’? Malabaristas? Andam na corda bamba... pisam descalços nos cacos de vidro das garrafas do destilado que bebem, quando se embriagam nas noites quentes do fim de semana, no Malecón.
Ingerem quantidades enormes de medo ideológico, estão em pânico e nem sabem disto. Hipnotisados, zumbis... mas não morrem de fome... Morrem só de tédio, morrem de submissão...
O estrangeiro que “visita” a Ilha, caminha num tapete mágico que o leva do nada a lugar nenhum.
É um trem fantasma, é um corredor sem portas, é o 'cuban socialism carpet service'.
Na verdade é um brete onde se vacina gente/gado/humano contra o desejo, o sonho e o pensamento vivo rumo à liberdade.
Camisa de força, torpor contínuo, percurso sem rumo, sem chegada... onde der deu.
Mundo falso, cheio de Hemingways bêbados, urdidos em bronze, imóveis, idênticos, com os cotovelos apoiados nos balcões dos bares La Floredita espalhados por todo o país, em imagens holográficas geradas em La Habana...
Em 1959 todos foram soterrados pela maldita bondade de Castro e Che.
Amizade maldita!
Maldito libertador!
Este sim foi o mais violento ‘Happy new Year’, que alguém deu aos cubandos.
Era o começo da era da consternação... e da luta contra o opressor. Só rindo!
(Malditos sejam os bondosos, deles será o inferno de todas as noites de insônia! Malditas sejam todas as revoluções em nome do bem.
Deus me livre ser representado por alguém. Ter alguém que fale por mim... melhor caminhar só. )
Cuba é um mundo especial.
Mortos alfabetizados, com 78,3 anos de expectativa de vida, saúde perfeita... Pobres, cheios de saúde.
Completamente irresponsáveis, mas muito enriquecidos pela amizade que o cárcere gera, pelo amor ao outro que o fundo amargor ajunta e solda, e pelo vínculo com a miséria e as péssimas condições de existência.
Resistem, bêbados, agarrados a cartazes espalhados nas estradas e nas ruas, e que dizem: “Revolución o muerte!”
Ah! Fidel!
Quem é você?
Contra quem lutas?
O que você trouxe aos cubanos!?
Quem são os teus inimigos?
De que revolução se trata?
Libertação dos Yankes?
Ahhhhhrrrrrrrrrrrrrrrrrrhhh!
(... Façam-me o favor.
o que ele deu a eles chama-se desejo. Desejo de morte! Do legítimo. De los puros!
Aí sim temos do que se trata.
E ponto.)
Emir Tomazelli
25/02/2009
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