A autoconservação kleiniana segue uma lógica algo distinta da que Darwin propôs: a sobrevivência é do mais louco e não do mais forte.
E a proposta central é:
- sobrevivo enquanto mato aquilo de que sobrevivo, porque aquilo de que sobrevivo pode me matar ao tomar sentido para mim. Mato o significado, o sentido e o símbolo, para não ter que me envolver com o outro e para não precisar ser grato e ‘ligado’ a ele, e nem, portanto querer, sequer, conhecê-lo. Se, por acaso, isto ainda não for o suficiente, mato o homem mesmo, o indivíduo que está diante de mim, seja com bala, a pauladas ou com punhal.
- sobrevivo enquanto mato aquilo de que sobrevivo, porque aquilo de que sobrevivo pode me matar ao tomar sentido para mim. Mato o significado, o sentido e o símbolo, para não ter que me envolver com o outro e para não precisar ser grato e ‘ligado’ a ele, e nem, portanto querer, sequer, conhecê-lo. Se, por acaso, isto ainda não for o suficiente, mato o homem mesmo, o indivíduo que está diante de mim, seja com bala, a pauladas ou com punhal.
Dr. Emir
3 comentários:
Matar o outro para fazer-se livre. A liberdade que marca o indivíduo pela própria luta. Por que o louco diferencia-se do forte?
Este texto me fez pensar na trágica morte do cartunista Glauco: morre o forte, aquele que com humor e doçura, como relatam os amigos, enfrentava as incongruências da nossa realidade em vida de grupo - das censuras vividas na época da ditadura, às pizzas da CPIs* ; e sobrevive o louco, o assassino que proclamava ser Jesus, e queria que sua vítima fosse seu testemunho...
* (ver as charges do caderno feito em homenagem ao cartunista publicado na Folha de São Paulo , sábado, 13/03/10)
Emir,
Entrei no Blob e vi o texto sobre Klein e Darwin.
Tentei postar mas não consegui...
pego esse "gancho" para falar de trechos da "A Autogenese Kleiniana" que ainda estao ecoando... A articulaçao de narcísismo e auto-destruiçao: o eu louco e preso em sua cidadela narcísica, poderia se perguntar: porque preciso sair daqui? porque nao é possível viver assim- sugando o gozo do outro, vivendo sob a perspectiva exclusiva do meu prazer, do meu tempo, do meu...eu?? No vale que separa o eu/narcísico e o eu/subjetivo muita negação,muita onipotência, muita idealização até poder sentir dor, até poder seguir subindo a montanha - caminho mais difícil, mais trabalhoso. Equilibrio desequilibrado, momentos que se alternam, se fundem...céu azul, calor e sol; nuvens pretas chegam, escurecem e inundam a cidade. Há momentos que o eu/subjetivo consegue ficar -como ouvi ontem no radio em alusao à Sao paulo sob o risco de chuva- “em estado de atenção” e eventualmente se prevenir, em outros momentos nao pode: eu/narciso é inundado.
Fica aqui meu comentário,
Bjs
luciana
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