quinta-feira, 13 de maio de 2010

Criatividade e psicose.

Se, na criatividade, a intuição acessa conhecimento e experimenta o tempo/espaço colocando-os em imagens, estas podem ser a expressão de um impulso infinito ao fantasiar - aberto e sempre inquietantemente preenchido pelas visões formuladas pelo próprio pensamento se projetando no futuro e antecipando a vida. A psicose, pelo contrário, os põem (tempo e espaço) em colapso, comprimindo-os - como faria um buraco negro - por força da gravidade da própria estrela, que morre, comprimindo seu núcleo e expelindo matéria e radiação.

Dr. Emir

4 comentários:

fernanda zacharewicz disse...

Criatividade, psicose e publicidade

Lembrei da propaganda da super super bonder: era alguém com os pés colados no teto. Essa é a criatividade psicótica. Tenta-se produzir, mas o que sai... é somente projeção do caos.

Ana Lucia Bastos disse...

Tendo a entender a criatividade que você se refere como possibilidade de abrir espaço para que sentidos possam ser revisitados, ampliados, transformados, numa resistência à homogenização de efeitos, repetições de significações, em suma, à imobilidade de possibilidade de contar/criar histórias.Criatividade que se associa a projetos de autonomia e que, portanto, se vincula a uma necessidade de criação, de reinvenção, à prática de uma atividade lúcida e deliberativa.

Emilia G. Leite disse...

Dra. Nise da Silveira deu a oportunidade aos esquizofrênicos de Hospitais Psiquiátricos do Rio de Janeiro para expressar sua criatividade. No Museu Imagens do Inconsciente podem ser vistas obras belíssimas, manifestações artísticas sob a forma de desenhos, gravuras, pinturas e esculturas desses homens e mulheres que se utilizam da linguagem plástica como forma de expressão. Nesses psicóticos eu vejo criatividade.

Luciana B Khair disse...

Revista Lugar, da FSP, do ultimo domingo, Miguel Souza Tavares diz: "O deserto dentro de nós- depois de atravessar a tempestade nunca mais seremos os mesmos...o medo de se perder, o medo do vazio, a angustia de nao sabermos se estamos ou nao na pista e no azimute certo, o medo da solidão e da morte - que sao a essencia do deserto.(...)quando percebemos que nao conseguiremos fugir à frente do monstro, só nos resta prepararmo-nos para seu impacto, sem saber por quanto tempo estaremos debaixo dele.(...) eis o fundo do deserto, uma viagem que é simultaneamente exterior e interior (...) todos os alucinados do deserto carregam consigo esse desespero, essa solidao sem remédio, esse segredo impartlhável, de quem conheceu o vazio e o absoluto e nunca mais encontrou o caminho de regresso.(...)é a viagem interior que realmente conta - a solidao,o medo, o desespero, o desejo de voltar para casa, o cansaço, o vazio, o excesso e aausencia de tudo." Muitas vezes, para criar, precisamos atravessar nossa propria tempestade de areia, nosso proprio deserto, até chegar em outro lugar onde o pensamento pode fluir e brotam ideias. mas nunca nos esqueceremos daquele outro, onde nem os cactus nascem.